Edificado
Nas estações, entre as infraestruturas de apoio necessárias ao transporte de passageiros e mercadorias, destacamos o edifício de passageiros, com o átrio, as bilheteiras, salas de espera e gabinetes para funcionários, e o das instalações sanitárias. Em algumas ainda é possível encontrar elementos das eras da tração a vapor e a diesel, como os depósitos e tomas de água, os depósitos de gasóleo, os cais coberto e descoberto, para carga e descarga de mercadorias, guindastes, balanças na via e na plataforma, associadas a gabaritos de carga, e as cocheiras, ou redondas, para guarda e reparação de material circulante em articulação com placas giratórias.
Cocheiras e Placas Giratórias
Estes edifícios, já raros na rede ferroviária nacional, tinham como função principal o depósito, guarda, conservação e reparação de locomotivas a vapor, construídos em associação com as denominadas placas giratórias, mecanismos que permitiam a rotação das locomotivas para entrada num dos vários compartimentos da cocheira. Estavam equipadas com fosso e um troço de linha férrea, combinando este com uma linha dedicada, e eram manobradas manualmente.
Uma variante às placas giratórias que serviam as cocheiras eram as placas giratórias de nível que possibilitavam a inversão de locomotivas e vagões numa mesma linha. Com tipologias e dimensões variadas, as cocheiras ou redondas foram projetadas maioritariamente com planta semicircular ou poligonal simples. Um exemplar, reconstruído recentemente, pode ser visitado no Museu Nacional Ferroviário, na Estação do Entroncamento.
Objetos
Ao longo da sua história, o caminho-de-ferro tem fomentado o aparecimento de novos objetos de uso específico e a recriação de outros aplicados a novas situações. A sua abundância, funcionalidade e a coerência formal com que foram e são estudados justificam a sua apresentação. Tal como o papel do design nas atividades relacionadas com o universo ferroviário.
Relógios das Estações
Os relógios tradicionais das estações, na sua grande maioria fabricados em Paris pela Casa Paul Garnier, são um dos símbolos principais do caminho-de-ferro, uma das faces visíveis do sistema de informação horária.
Trata-se da interação de uma dupla de relógios: um, o regulador, de caixa alta, colocado na sala de espera, alberga o mecanismo de pesos; o segundo, angular, de duas faces, está disposto perpendicularmente à parede exterior do edifício. Os dois comunicam através de abertura na parede, possibilitando desta forma a informação horária aos passageiros no interior do edifício e, no exterior, para os dois lados da plataforma. Até à década de 1980, a “hora oficial” era implementada por procedimentos humanos, definidos regulamentarmente, através de comunicação telefónica diária entre cada Posto de Comando de Circulação e as respetivas estações dependentes.
Com a modernização tecnológica tem sido preocupação a proteção deste património histórico, preservando e adaptando os relógios antigos de forma a receberem o sinal de sincronismo comum a toda a rede.