A Estação de Alcântara-Terra, inaugurada em 1887, é a estação terminal da Linha de Cintura de Lisboa e faz serviço de passageiros e de mercadorias. Tem ligação à Estação de Campolide através do túnel de Alcântara e ao Ramal de Alcântara-Mar.

A arquitetura do ferro da sua altíssima cobertura – projeto atribuído a Bartissol e a Seyrig, colaborador da Casa Eiffel – é um material indissociável dos grandes programas arquiteturais surgidos com o desenvolvimento da sociedade industrial na segunda metade do século XIX, sendo uma das criações mais originais e uma das que mais contribuem para a formulação do seu imaginário.

Na Estação de Alcântara-Terra encontra-se revestimento azulejar nos lambris exteriores do edifício de passageiros e do edifício anexo, enquadrados pelas molduras dos vãos e do soco, ambos em pedra.

Azulejos em “pó-de-pedra”, produzidos na Fábrica de Cerâmica de Sacavém na década de 1930. Faixa de remate superior de cor azul. Decoração geométrica monocromática, em tons de azul sobre fundo branco, aplicada a aerógrafo e stencil sob o vidrado. Módulo único com desenho constituído por quadrados de tamanhos diferentes dispostos radialmente, pintados em dégradé.

O grafismo deste motivo abstrato é atribuído à influência da Bauhaus, escola precursora da Op Art (optical art), movimento artístico da segunda metade do século XX.